«Podes ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não te esqueças de que a tua vida é a maior empresa do mundo. E podes evitar que ela vá à falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por ti. Gostava que te lembrasses sempre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas reflectir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender nos fracassos. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornares-te no autor da tua própria história. É atravessar desertos, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da tua alma. É agradecer a Deus de manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de ti mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para dizer “eu errei”. É ter ousadia para dizer “perdoa-me”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de ti”. É ter capacidade de dizer “amo-te”. É ter humildade da receptividade. Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para poderes ser feliz…
E, quando errares, recomeça.
Pois assim descobrirás que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Nunca desistas de ti.
Nunca desistas das pessoas que amas.
Nunca desistas de ser feliz, pois a vida é um espectáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de factores a provarem o contrário.»
Into the Wild é baseado numa história verídica e no bestselling literário de Jon Krakauer. Depois de se graduar na Universidade de Emory em 1992, Christopher McCandless (Hirsch), estudante de topo e atleta, abandona as suas posses, oferecendo as suas poupanças de 24 mil dólares à caridade, para ir viver para o Alasca. Ao longo do seu caminho, Christopher encontra uma série de personagens que dão forma e sentido à sua vida.
Quanto custa para ser totalmente livre? Eu digo livre de fazer o que quer, ir onde quiser e viver completamente despreocupado com o dinheiro, a carreira, os amigos, a família… Pois a resposta está neste filme. Uma obra fantástica de Sean Penn que conta como um homem simplesmente conseguiu deixar tudo para trás e enbarcar numa jornada que o levaria a um único destino: a liberdade.
“O suicídio é a troca da absoluta certeza do sofrer, pela absoluta incerteza do nada.”
A cor pálida manchava-me o meu rosto. As mãos trémulas estavam cheias de coisa nenhuma, o andar perdera ritmo, a voz afirmação, o olhar profundeza, como se um vagabundo fosse, deveras, a minha identidade nula. Lamentavelmente, o meu anonimato era somente meu, pois os “atira agulhas” estavam continuamente preocupados em seguir-me com o seu afinado golpe de vista, para verificarem se eu era de verdade o irmão dele, um acto inédito para alguns! Ignorei e não processei respostas.
“Nunca tive sorte na vida, mas vou ver se agora consigo ter mais sorte e se vou ser mais feliz”. Quando li estas palavras não te levei a sério, como poderia? Quantas remas de papel já eu gastara em bolas de papel, em desenhos mal elaborados, e em palavras soltas, ou então a construir textos que só a mim me pertenciam que eram o espelhar das crises, quase intermináveis, da adolescência e da minha e nossa também cruel existência. Também tu tinhas o direito de o fazer, é óbvio.
Mas, estas frases e as demais, nas quais com rapidez e pouca pormenorização desfolhaste a tua vida, eram o presságio para o teu fim de vida. Não estavas com uma doença oncológica, nem em fase terminal de vida, muito pelo contrário, estavas, praticamente, no início dela, ou talvez não. Todavia, e apesar de não estares doente fisicamente, possuías o mais mortífero dos males: a doença da alma. Este teu último testemunho era o início do teu fim, do teu cansaço, e onde tiveste a infelicidade de ainda poderes escolher o teu fim, o suicídio.
Fui durante anos um comandante enfraquecido por vezes sem forças, outras em que a minha força era capaz de virar o mundo de pernas para o ar, que tantas vezes, mesmo tu não vendo, ou não querendo ver, te tentei estender o colete salva-vidas, mas ao qual recusaste sempre, pois eras, na tua ingenuidade, um bom nadador. Mal tu sabias, que como eu previa, que em mares altos as correntes, os tubarões e as baleias são reis do mar, ao qual não te deverias ter exposto. Poderias ter tentado transcender nem que fosse numa pequena embarcação pesqueira, mas como o fizeste não .
Tantas vezes visualizei o teu fim… E tantas vezes te disse as palavras que não querias ouvir, mas no fundo, e apesar de minha tenra idade, eram os concelhos certos. Tu não foste vítima de ti mesmo, mas sim desta vida macabra e por vezes tão pesada como a cruz que Cristo carregava, não no seu fim, mas sim no princípio do seu reino. Assim espero, que se passe o mesmo contigo, e que tal como to dizes seja o início da tua felicidade como pretendes. Foi como se tivessem tirado as rodas a um camião e nós lá fomos empurrando, sei que foi mãe que te fez falta e tudo o mais veio somente por acrescimento, do tipo causas e consequências que abordamos em Geografia…
Prefiro acreditar que foi a mãe quem te chamou… E eu aqui contínuo. Ainda tenho um computador, uma televisão, um telemóvel (com que muitos fazem de verdadeiro lema de vida) mas o que me faz falta é de não te ouvir a bater à porta e chateado acordava sobressaltado porque já estavas atrasado para o trabalho.
A minha mãe em 2000 faleceu, o meu avó em 2005, e tu optaste por te antecipar e viajaste” em 2010 (não te condeno, foi a tua escolha). Mas sabes o que me consola ? É que o tempo passa, e como tudo é uma viagem sem retorno, estou mais próximo de vós.
P.S.: No dia 19 deste mês, faz meio ano que partiste e acredita que da modo que o fizeste não foste meramente fraco, tiveste a força que nunca terei e:
"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte Entre uma e outra cousa todos os dias são meus. Sou fácil de definir. Vi como um danado. Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma. Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei. Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver. Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras; Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento. Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais. Um dia deu-me o sono como a qualquer criança. Fechei os olhos e dormi. Além disso, fui o único poeta da Natureza."
“O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo sem ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses”.