domingo, 30 de outubro de 2011

Vivências do Irreal

Reprimi o som do televisor e então entendi que tudo, isto, é propaganda (enganosa). São as cores, os rostos, as formas, os movimentos, a entoação, qualquer coisa de espécie humana. Tudo isto é fútil, tudo isto é condenável ao degredo. Mudar de canal? Talvez…
Quando é que as palavras terão o seu valor real e valerão por si mesmas? Porque dizemos que este ou aquele é um bom livro? Não deveria bastar ser livro para ser bom? Porque algo tem de pressupor outro algo para caracterizar uma identidade? O quê? O céu é azul e eu sou humano, condenado ao sufoco ou à delinquência, como preferirem…

E era uma vez um ser insignificante que, incompreensivelmente, quis vestir o mundo de realidade. Mostrem os gordos, os pobres, mas não em reportagens sensacionalistas ou programas duvidosos. Tragam para o primeiro plano todos esses que andam por aí dispersos, mostrem a realidade, mostrem o mundo… Utopias?! Mais não, obrigado.

sábado, 22 de outubro de 2011

Felicidade? Onde?

Ouvia numa entrevista à uns dias atrás, em que um homem que praticava a caridade afirmava que aquele que conhece o mundo não é feliz. Deixo-ve algumas imagens; vamos reflectir...



 "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei."

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sentido da Vida

A vida é um passaporte clandestino para a morte.

O Objectivo da Arte não é Ser Compreensível - Fernando Pessoa

"Toda a arte é expressão de qualquer fenómeno psíquico. A arte, portanto, consiste na adequação, tão exacta quanto caiba na competência artística do fautor, da expressão à cousa que quer exprimir. De onde se deduz que todos os estilos são admissíveis, e que não há estilo simples nem complexo, nem estilo estranho nem vulgar.
Há ideias vulgares e ideias elevadas, há sensações simples e sensações complexas; e há criaturas que só têm ideias vulgares, e criaturas que muitas vezes têm ideias elevadas. Conforme a ideia, o estilo, a expressão. Não há para a arte critério exterior. O fim da arte não é ser compreensível, porque a arte não é a propaganda política ou imoral." 


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vida Puta

Oh vida, nesse sorriso maléfico e nessa ânsia de poder, de ódio, de vingança, vais deslizando. És uma rameira que vagueia os seus valores; és puta vida: vendeste ao esperma alheio, ao dinheiro e tal como puta, que és, todos te desejam, mas só te compra quem pode. E traveste-te de gente com o teu punhal erguido, que só espetas nas costas, porque tu és puta, és terrena, dás o corpo às balas, apesar de só receberes flores. Todavia, como puta que és, a tua mira é certeira. 
Oh vida, és incrivelmente puta ,alugaste, dás-te em troca do sofrimento alheio. És puta, e como puta que és, e sabes sê-lo, dás-no o prazer instantâneo, e nós fraquejamos. Mas tu és puta, e como puta que és, és aquilo que quiseres, pois o teu olhar é como o nevoeiro de Inverno, vago e frio que gelas corpos e sufocas as almas;  mas és puta e, na verdade, todos queremos provar um pedaço do teu pecado mortal. Oh vida, vendes-me o amanhã? É que o hoje já te paguei…  




Verdade

"Para isto eu nasci e vim ao mundo, para dar testemunho da verdade; todo o que está pela verdade, ouve a minha voz."
Jesus Cristo

 Salvador Dali  

Rumos

"O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nela repousa a esperança."


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Gato que brincas na rua"


"Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama. Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu."

Fernado Pessoa




domingo, 16 de outubro de 2011

Carne e Alma (Não)


Ai se eu pudesse ser a água que banha os teus olhos; o mar onde mergulhes e te molhas de coisa nenhuma; o ar que (simplesmente) transportas; os passos que só anuncias; a voz muda; as mãos vazias; o trajecto e nunca o caminho.
Ai se eu pudesse ser tu e simplesmente não ser, não estar e não fazer… Deixa-me ser identidade nula, leva-me de tudo o que vejo depois do olhar. Deixa-me só e despido: afasta de mim o escudo e fecha-me as pálpebras, pois eu só ambiciono viver e não ver, visto que ver, além de ver, com alma, é sofrer...


terça-feira, 11 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

Folhas Caídas


E sou este pomar de Outono, em que as árvores se libertam de si mesmas, e dão asas ao ser; são folhas caídas, que no pomar da vida sonham ser, de novo, alma!