sexta-feira, 22 de julho de 2011

Concurso "Conto Connosco"

Decidi concorrer com o meu texto "Baralho da Vida" a este concurdo promovido pelo Santander Totta. Quem me quiser opoiar basta ir ao link seguinte: http://www.conteconnosco.com/trabalho-detalhe.php?id=1091 fazem longin com o facebook e clicam "gosto". Ablitam-se ainda a ganhar prémios semanais!

Obrigado!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Baralho da Vida

Hoje tive um sonho, mas não acordado; era a noite que me embalava pelos pergaminhos da subsistência e pelos conceitos dos termos vida, duração, passagem, tempo, existência, momento, situação… E depois pensei que poderia fazer igual situação no reverso tornando uma situação o espectro de um momento, que no comungar da sua existência temporal fariam parte única e simultaneamente o complementar de uma duração, vida!
Tomei pulso ao coração - acordei - estremecido na minha inquietude. Levantei-me e segui rumo ao baú, do qual retirei um baralho de cartas, as cartas da vida. Deixei o corpo tender na cadeira e na secretária espalhei, como o semeador que ateia a semente (seja o solo fértil ou não)  os naipes, as figuras, os reis e as damas e o Joker e as cenas e até aquelas cartas que deixamos sempre de parte quando queremos jogar algo mais elaborado. Mas eu falei de um baralho, e isso implica um todo: o trigo e o joio, com tudo que de religioso daqui possa advir! Dei asas ao cérebro e transformei, ou pelo menos tentei, os pequenos rectângulos num castelo de cartas. Que patético que isto é, ou pode  parece ser...
Estudei. Reformolei. Imaginei. Idealizei. Projectei. Mas sabem o que foi difícil que tudo isto? Segundo o dicionário de Língua Portuguesa diz que é qualquer coisa como “dar existência a” e tem denominação de Criar.
E no intervalo disto tudo, não sei se criei, mas aprendi que as cartas são mais de quarenta, que os castelos são difíceis de armar, mas ainda mais fáceis de se derrubar e no intermédio disto a construção será sempre a harmonia. E o azeite e água nunca se irão fundir, e os castelos não são só de reis ou de damas, porque eu tirei a carta mais insignificante: pois e o castelo derrubou-se com ainda mais rápido que o ponteiro dos segundos avança no relógio, apesar de eu não ter demorado meramente um segundo a edificar o castelo.
Todavia decidi dar-lhe forma novamente. Posto isto, ergui-me da cadeira e olhei maravilhado, com o mel de uma criança nos meus olhos e sorri em tonalidade de felicidade e contemplação. Estagnei os acordes da minha cabeça, enterrei-me na cama e adormeci na esperança de ser feliz e de o meu castelo, construído com as cartas do baralho da vida, não ser somente um projecto mas antes uma concretização.

Íntegro

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
 
Ricardo Reis