Hoje tive um sonho, mas não acordado; era a noite que me embalava pelos pergaminhos da subsistência e pelos conceitos dos termos vida, duração, passagem, tempo, existência, momento, situação… E depois pensei que poderia fazer igual situação no reverso tornando uma situação o espectro de um momento, que no comungar da sua existência temporal fariam parte única e simultaneamente o complementar de uma duração, vida!
Tomei pulso ao coração - acordei - estremecido na minha inquietude. Levantei-me e segui rumo ao baú, do qual retirei um baralho de cartas, as cartas da vida. Deixei o corpo tender na cadeira e na secretária espalhei, como o semeador que ateia a semente (seja o solo fértil ou não) os naipes, as figuras, os reis e as damas e o Joker e as cenas e até aquelas cartas que deixamos sempre de parte quando queremos jogar algo mais elaborado. Mas eu falei de um baralho, e isso implica um todo: o trigo e o joio, com tudo que de religioso daqui possa advir! Dei asas ao cérebro e transformei, ou pelo menos tentei, os pequenos rectângulos num castelo de cartas. Que patético que isto é, ou pode parece ser...
Estudei. Reformolei. Imaginei. Idealizei. Projectei. Mas sabem o que foi difícil que tudo isto? Segundo o dicionário de Língua Portuguesa diz que é qualquer coisa como “dar existência a” e tem denominação de Criar.
E no intervalo disto tudo, não sei se criei, mas aprendi que as cartas são mais de quarenta, que os castelos são difíceis de armar, mas ainda mais fáceis de se derrubar e no intermédio disto a construção será sempre a harmonia. E o azeite e água nunca se irão fundir, e os castelos não são só de reis ou de damas, porque eu tirei a carta mais insignificante: pois e o castelo derrubou-se com ainda mais rápido que o ponteiro dos segundos avança no relógio, apesar de eu não ter demorado meramente um segundo a edificar o castelo.
Todavia decidi dar-lhe forma novamente. Posto isto, ergui-me da cadeira e olhei maravilhado, com o mel de uma criança nos meus olhos e sorri em tonalidade de felicidade e contemplação. Estagnei os acordes da minha cabeça, enterrei-me na cama e adormeci na esperança de ser feliz e de o meu castelo, construído com as cartas do baralho da vida, não ser somente um projecto mas antes uma concretização.
Que texto lindo :o
ResponderExcluirUm dos melhores que li até hoje, juro.
Parabéns :) continua assim
estou a seguir*
muito obrigada* :)
ResponderExcluirgostei muito!
obrigada, eu já sigo o teu blogue há imenso tempo e acho-o super bonito, adoro o que escreves :)
ResponderExcluirgostei do que li, vou seguir :)
ResponderExcluirobrigada $:
ResponderExcluirAinda bem (: Também vou seguir !
ResponderExcluirObrigada (:
ResponderExcluirVou seguir!
Amei o teu blog (;
ResponderExcluirsegui, segue tambem se gostares
http://saraalima.blogspot.com/
Já cá vim duas vezes e do pouco que li (e sem grande atenção) parece-me que o teu blog é interessante. Mas provavelmente só no fim-de-semana, conseguirei dar a devida atenção...
ResponderExcluirParabéns pelo blog! Em breves terás novidades minhas!
Gosto!
ResponderExcluirProfundo e imaginativo... Continue assim no universo concreto e além do infinito
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