segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Deixa Chover...

Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados

Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,

Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…

Talvez um dia entenda o teu mistério…

Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!
(Florbela Espanca)


Hoje percebi o porquê de gostar tanto de ti, Chuva!

2 comentários:

  1. como eu gosto dos teus poemas :D
    és mesmo tu que os fazes não?

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  2. Belíssimo poema, muito bem acompanhado com uma bela imagem :-)

    beijinhos

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