segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Filosofias Clandestinas


A morte caminha a passo lento. Pegajosa como o vento, limiar do veneno da aranha; infimamente particularizada pelas pegadas templárias do bombear do miocárdio. Nutrida pela tentação dos sentidos e pela maior arma da nossa espécie – cérebro! Ocupamos este habitáculo interiormente cansado de sustento de si mesmo, dizemos que é mundo. Nutridos pela escassez da moléstia vida humana, pelo incrédulo paladar tenebroso do existir, pela incapacidade do prolongar a espírito para além do limiar das células. Vivemos a cada momento alimentados pela morte, que apesar de caminhar a passo indefinido penetra algures pelas intersecções de ruas e vidas.
Envoltos neste indesvendável caminho, apressadamente, cautelosamente, com medo ou com ganância, mas caminhamos cegamente; enquanto isto, a morte espia!       

    

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