A morte caminha a passo lento. Pegajosa como o vento, limiar
do veneno da aranha; infimamente particularizada pelas pegadas templárias do
bombear do miocárdio. Nutrida pela tentação dos sentidos e pela maior arma da
nossa espécie – cérebro! Ocupamos este habitáculo interiormente cansado de sustento
de si mesmo, dizemos que é mundo. Nutridos pela escassez da moléstia vida humana,
pelo incrédulo paladar tenebroso do existir, pela incapacidade do prolongar a espírito
para além do limiar das células. Vivemos a cada momento alimentados pela morte,
que apesar de caminhar a passo indefinido penetra algures pelas intersecções de
ruas e vidas.
Envoltos neste indesvendável caminho, apressadamente,
cautelosamente, com medo ou com ganância, mas caminhamos cegamente; enquanto
isto, a morte espia!
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