Estamos em crise. Sim, é um facto! Todavia as crises económicas vêm, por norma, acompanhadas de crises socias, políticas e sobretudo de crises de valores (para não dizer que esta última é a causadora de todas as outras).
Vejamos. Roubos, fugas fiscais, “falsos” desempregos, subsídios (e mais subsídios e mais subsídios e mais subsídios), greves, desvios, os velhos que são despejados nos lares e nas serras do interior e o que mais quiserem acrescentar a esta lista.
Na minha opinião, estes actos não passam de acções causados por uma escandalsa falta de valores. Se a crise veio acentuar? Talvez, mas pode não passar de um pretexto para se destaparem algumas evidências.
Já há vários anos debato que a raiz, para a possível resolução do problema, passa não por reformas (inúteis na grande parte das vezes), mas antes uma revolução no sistema de ensino. Passa por colocarem exigência (rigorosa) nos professores, por universalizarem o ensino e colocaram um travão na benevolência das passagens de ano e na treta das notas dos colégios privados. Avaliam os professores, “estiquem” os alunos, façam exames (dos bons) e deixem a “falsa” estatística de lado. Basta de novas oportunidades para onde as senhoras vão tricotar, vulgarizarem-se e pensar que estão de novo na adolescência! Basta que tenhamos de ir refazer o 12º ano para o ensino privado porque necessitamos de subir notas. Parece-me ridículo, ou então se tudo isto não resultar, não tem problema, vai-se para a faculdade privada (se os pais poderem pagar obviamente). Outra das situações que me cria uma certa confusão designa-se por cursos profissionais. Creio que o seu conceito primário é interessante , mas falta-lhe rigor para poder cumprir a sua missão, para deixar der ser considerado, de uma vez para sempre, como uma escapatória facilitada ao ensino regular. Mas também não há necessidade de concederem diplomas ao Domingo; trabalhar sim, mas não é necessário chegar a tanto!
Penso que no dia em que consigamos levar a bom porto esta revolução da mente, talvez tenhamos um parlamento mais decente, onde se faz mais que passear e exercitar as cordas vocais, um ensino onde as pessoas sentem prazer em aprender, um Centro de Desemprego eficiente e justo (sem malabarismos) e universidades que mais que lecionar alunos, formam Homens (dos bons), com qualidade e acima de tudo princípios.
Talvez um dia, num canteiro à beira mar plantado, chamado Portugal…
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