quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

À Minha Mãe

Mãe III

"O meu primeiro poema foi para ti
Mãe
E este “poema-hoje” é para ti
Também

Já não uso calções
Tu já estás velha
Que o tempo
Alterou-nos as feições

Mas acredita
Somos os mesmos
Com ilusões
E com desilusões

O tempo traz de tudo
(ou quasi tudo)
Tudo cria ou destrói
É esse o mal

Mas nunca pode
Entre nós dois
Corromper o cordão
Umbilical

Só que há dias em flores
Dias alegres
Outros de chuva
Formando lamaçais

E há que escolher
Entre o tranquilo e breve
Ou ser o só mais um
Por entre os mais

Eu não escolhi o não ser
Porque amo tudo
O bom o mau
A luta pelo incerto

Há pessoas que perto estão bem longe
Há pessoas que longe estão bem perto

Tinha eu nove anos
O meu poema foi para ti
Mãe
E este poema-hoje no certo do incerto
É para ti
Também"

Moita Macedo

 Quadro de Elisabe Da'silva

 
Narração ao som do piano

5 comentários:

  1. Obrigado por ter comentado no meu blog

    gostei do poema e sigo
    depois lerei os textos, todavia gostava de saber algo sobre o seu perfil que não consta no blog

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  2. obrigada, tambem gostei muito do teu (:

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  3. Obrigado por teres comentado o meu blog.
    Gostei muito deste poema :)
    vou passar a seguir

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  4. Gostei deste poema, a palavra mãe tem um impacto especial em mim, não a vi envelhecer, nem ela a mim.

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